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ESPONDILOARTRITES

Formam um grupo de condições que compartilham algumas características clínicas e genéticas. O comprometimento das articulações sacroilíacas (na qual o paciente se queixa de dor lombar de forte intensidade irradiandi para glúteos principalmente no período da manhã), da coluna e das articulações periféricas( preferencialmente as extremidades inferiores) são características muito importantes destas condições.

A artrite periférica em geral não costuma ser erosiva, o envolvimento extra-articular com a inflamação dos olhos, mucosas ou entese (local onde os tendões se unem ao osso) é muito comum. A entesite é uma característica comum das espondiloartropatias e é algumas vezes mais freqüente e notória do que a artrite periférica.

Do ponto de vista genético, estão associados com o HLA B27, um antígeno de histocompatibilidade classe I, cuja função é apresentar antígenos para linfócitos CD8. Nós caracterizamos nove subtipos de HLA B27, o mais comum no Ocidente é o subtipo B * 2705.

As doenças incluídas neste grupo são:

  • Espondilite Anquilosante  / Espondiloartrite Axial Não Radiográfica / Espondiloartrite Periférica
  • Artrite reativa
  • Artrite das doenças inflamatórias intestinais 
  • Artrite Psoriásica

A associação dessas doenças e, especialmente, da espondilite anquilosante com o HLA B27, é muito poderosa, o que fez pensar que ele tem um papel importante em sua patogênese.

Embora o HLA-B27 é um marcador de susceptibilidade genética muito forte, existem outros fatores genéticos muito importantes como o alelo B7. Em epidemias de diarréia causada por infecções artritogênicas o percentual de HLA-B27 em pacientes com artrite reativa posterior à diarréia é menor, 30%, e por sua vez dos indivíduos B27 expostos à infecção, apenas 20% desenvolverá uma artrite reativa. A infecção atuaria como um gatilho.

A mucosa intestinal é uma das portas de entrada para agentes infecciosos ou antígenos bacterianos. Cerca de metade dos pacientes com espondilite anquilosante tem uma inflamação subclínica no íleo distal do tipo Doença de Crohn, diagnosticada por colonoscopia. Esses achados têm sido descritos em menor freqüência na artrite psoriática, com comprometimento axial sugerindo mecanismos patogênicos comuns.

O antecedente de uma infecção intestinal ou urinária é freqüente nas artrites reativas e se acredita numa relação entre infecção persistente nas placas da psoríase e artrite.

FIBROMIALGIA

Fibromialgia é uma condição crônica que causa dores intensas por todo o corpo – bem como a rigidez e tensão nos músculos, tendões e articulações. É mais comum entre mulheres com idades entre 25 e 60 anos.

Embora seja um dos problemas musculares mais comuns, a causa é um mistério, dizem os pesquisadores de fibromialgia. Não há nenhum dano ou inflamação articular, como ocorre com a artrite, por exemplo. Não há nenhum dano aos órgãos internos do corpo, como acontece com o lúpus. A fibromialgia na verdade é uma síndrome, ou seja a doença é diagnosticada pelo aparecimento de um conjunto de sinais e sintomas.

A etiologia multifatorial e a patogenia da dorna fibromialgia não estão totalmente compreendidas. Contudo uma base conceitual clinicamente útil para a compreensão da natureza da dor é fornecida pela definição da International Association for the Study of Pain (Associação Internacional para o Estudo da Dor): dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável associada à lesão tecidual real ou potencial ou descrita em relação a essa lesão. A experiência de dor envolve o processamento paralelo simultâneo de elementos sensoriais discriminativos da nocicepção, o estímulo aferente dos reflexos somáticos e importantes contribuições a partir de vias e regiões do cérebro relacionado com a cognição e com aspectos emocionais da dor.

Determinam a intensidade subjetiva da dor: fatores psicológicos negativos (depressão, ansiedade, perda do controle ou insegurança pessoal) e determinados aspectos cognitivos (crenças ou atribuições negativas ou catastróficas) ampliam a dor percebida.

As variáveis psicológicas nitidamente atuantes na fibromialgia incluem crenças e atribuições da dor; hipervigilância (expectativa); estratégias de enfrentamento ativas e passivas; autogerenciamento percebido para o controle da dor; transtornos de humor (ansiedade e depressão); transtornos da personalidade; e comportamento diante da dor.

Determinadas variáveis socioculturais e ambientais também contribuem para a dor generalizada crônica, como uma história de doença familiar, ambiente familiar ruim e abuso na infância, principalmente sexual. Outras variáveis socioculturais que podem servir para perpetuar os sintomas de fibromialgia incluem falta de suporte conjugal e familiar, ambiente de trabalho ruim com satisfação com o trabalho, exames diagnósticos inadequados ou inclusive longas séries de fisioterapia isolada.

Possíveis sintomas da fibromialgia

  • Dor muscular crônica
  • Espasmos musculares ou cãibras nas pernas
  • Problemas de sono
  • Fadiga severa
  • Ansiedade
  • Depressão
  • Rigidez matinal
  • Dores de cabeça
  • Dificuldade de concentração
  • Sensibilidade na pele
  • Irritabilidade
  • Problemas intestinais

No entanto, esses sintomas também são comuns a doenças do fígado, lúpus, doença de Lyme, disfunção da tireóide, doenças cardíacas, artrite, doença articular degenerativa, síndrome da fadiga crônica, síndrome do intestino irritável, entre outras, e é aí que reside a dificuldade em se diagnosticar a fibromialgia.

Pesquisas sobre Fibromialgia mostram que a doença parece estar ligada a genética. Estudos recentes mostram que fatores genéticos podem predispor algumas pessoas á fibromialgia. Uma doença oi lesão que causa um trauma no corpo podem tornar os sintomas sutis da fibromialgia mais eveidentes e mais preocupantes, segundo a Associação Americana de Fibromialgia.

A dor é muito real e dificulta sensivelmente as vidas dos pacientes, as pessoas que eram muito ativas ficam incapacitadas pela dor e pela fatiga o que sem dúvida, altera e em alguns casos piora sua qualidade de vida.

Pontos dolorosos da Fibriomalgia

Atualmente não está claro o que desencadeia a fibromialgia, os investigadores estão estudando os mecanismos básicos do aparecimento da doença. A fibromialgia é considerada um transtorno da regulação da dor. Os pacientes têm altos níveis de duas substâncias – uma substância química chamada substância P, e o Fator de Crescimento Neural no líquido espinal. Pessoas com fibromialgia também têm níveis mais baxios do que o normal de serotonina cerebral, o que também acontece com pessoas que sofrem de depressão e ansiedade.

Tudo isso produz uma disfunção na capacidade do organismo para processar a dor criando nervos hipersensíveis ao longo do corpo. Para piorar as coisas, as pessoas com fibromialgia têm dificuldade em conseguir uma boa noite de sono – e isso faz com que eles acordem sempre se sentindo cansados.

O resultado: as sensações diárias de desconforto e dor são ampliadas para além do que é normal. Batidas leves e toques podem causar dores insuportaveis e a dor pode ser agravada por fatores externos como ruído, mudanças climáticas e estresse.

Para descobrir o que está acontecendo, os médicos diagnosticam a fibromialgia analisando “pontos sensíveis” no corpo. Há 18 pontos específicos que são sensíveis em todos, mas para as pessoas com fibromialgia, estes pontos são muito mais sensíveis. Uma disfunção no processamento da dor central amplia as sensações.

Sensibilidade ou dor em pelo menos 11 dos 18 pontos é a principal característica da fibromialgia. Além disso, a dor é comum em ambos os lados do corpo, pescoço, nádegas, ombros, braços, costas e peito. Os pontos sensíveis são ao redor dos cotovelos, ombros, joelhos, quadris, nuca e no esterno.

O médico testa estes pontos dolorosos para fazer o diagnóstico de fibromialgia. No entanto, nem sempre pode-se definir especificamente o que uma dor generalizada indica. É preciso estar muito atento para discernir o que realmente está acontecendo.

Em alguns pacientes a dor pode apresentar-se, por exemplo, acima da cintura, emquanto em outros pode ser abaixo da cintura, na altura dos ombros, etc, e isso pode estar associado a distúrbios do sono e fadiga. Estes são sintomas de uma série de doenças e não são exclusivos da fibromialgia o que dificulta ainda mais o diagnóstico.

A dor muscular pode variar de um leve desconforto para uma dor suficientemente intensa que limita a vida cotidiana de uma pessoa incluindo o trabalho e as atividades diárias. A dor é muitas vezes descrita como se fosse uma queimadura, alguma coisa roendo, latejante ou como uma facada. Por outro lado quando a pessoa relaxa, a dor pode ser mais notória que quando está realizando alguma atividade.

Alterações do sono afetam a sensibilidade à dor

Os problemas de sono associados à fibromialgia – insônia e fragmentação do sono – podem estar na raiz da dor. Ela priva as pessoas do estágio IV do sono profundo, o sono Não REM (não movimento rápido dos olhos), que nos ajuda a sentir-nos descansados pela manhã.

Pesquisas mostram que a fibromialgia é como um alerta automático acionado no cérebro durante o sono, a luta ou a fuga é ativada durante a noite enquanto o paciente está dormindo, adrenalina é liberada enquanto o corpo se torna vigilante e atento e isso faz com que haja transição do sono reparador profundo para um sono leve.

Esses acontecimentos fazem que o paciente não complete o processo restaurativo que ocorre durante o sono profundo, explica. É durante o sono profundo que o hormônio de crescimento é produzido, músculos se regeneram e se reparam, e neurotransmissores são reabastecidos no cérebro. A habilidade do corpo para se recuperar do estress diário incluindo sensações de dor; se acredita que ocorrem durante o sono profundo.

O cérebro tem um “limiar da dor”, o que faz que durante o dia, os sinais sejam baixos no cérebro e podem ser ignorados e a pessoa continua fazendo suas atividades. Mas, se o sistema está sobrecarregado, à noite, os estímulos normalmente não dolorosos se tornam dolorosos. Falta de sono profundo aumenta todas as sensações o que se designa como amplificação da dor central.

Quando as pessoas finalmente têm um sono reparador e profundo, a fibromialgia melhora substancialmente. No entanto, a melhor estratégia para tratar o sono não é uma pílula para dormir. A estratégia é desligar a excitação do tronco cerebral que está interrompendo o sono. O importante é que a pessoa durma naturalmente.

Dificuldade em diagnosticar a fibromialgia

Tal como acontece com a dor crônica, problemas de sono são comuns e nem sempre é fácil diagnosticar a fibromialgia.

Não existem testes específicos para o diagnóstico de fibromialgia. Para fazer o diagnóstico, é preciso se certificar de que não é outra coisa – disfunção hormonal, lúpus, problemas de tiróide, artrite reumatóide. A lista de possíveis doenças associadas a estes sintomas é bastante extensa. É a indefinição dos sintomas que retarda o diagnóstico.

Os pacientes geralmente vão a vários médicos tentando descobrir o que está errado e os médicos não estão familiarizados com a síndrome de fibromialgia o que significa que eles não conhecem os critérios diagnósticos para a doença e eles não os verificam.

Além disso, o nível de sofrimento é diferente para cada paciente alguns apresentan dores mais intensas que outros ou pode ser uma dor contínua ou intermitente, tudo depende de cada indivíduo.

Obter um diagnóstico correto

Se você já visitou vários médicos mas ainda não sente nenhum alívio consulte um especialista reumatologista ou neurologista.

Antes da consulta , prepare-se para explicar com precisão seus sintomas. Pense em:

  • Quais são os seus sintomas e quando eles começaram.  
  • Há quanto tempo estão acontecendo e se têm sido contínuos , ou intermitentes. 
  • Você sabe o que provoca o aparecimento dos seus sintomas? 
  • Como é que os sintomas afetam você? É uma dor aguda, uma dor incômoda, causam náuseas?  
  • Como os sintomas afetam seus sentimentos? A dor faz você se sentir deprimido ou ansioso?
  • Como os sintomas afetam seu trabalho ou sua vida pessoal? Você está muito cansado e não pode realizar suas atividades normais?
  • Quais cirurgias você já fez?
  • Quais os tratamentos para outras doenças que você está fazendo?

Não existem exames laboratoriais específicos que ajudem a diagnosticar a fibromialgia. Mas exames laboratoriais podem ajudar a excluir outras doenças.

Obter apoio emocional.

O apoio de um terapeuta pode ser útil quando você está lidando com fibromialgia. A fibromialgia tem um estigma e às vezes é muito útil consultar um psicólogo fundamentalmente porque você tem que lidar com a pressão e o próprio estigma. É bom ter alguém com quem conversar.

Laboratório

Não existem achados laboratoriais característicos na fibromialgia. Os resultados de exames de rotina são normais.

Anticorpos antinucleares, hemograma, VHS, proteína C reativa, urina, bioquímica sanguínea podem ser úteis para confirmar o diagnóstico de doenças auto-imunes, hematológicas, inflamatórias sistêmicas, miopatias, doenças hepáticas e que devem ser diferenciadas da fibromialgia.

Exames de imagem

Os exames de imagem como radiografia, tomografia, ressonância magnética podem ser utilizados como recurso para confirmar a presença de condições que originam a dor ou para descartar doenças reumáticas inflamatórias concomitantes como a artrite reumatóide ou as espondiloartropatias.

Tratamento

Dor, sono não reparador, transtornos do humor, fadiga são comumente indicações para terapia farmacológica, mas, o plano de tratamento deve ser individualizado e com participação multiprofissional incorporando as condutas farmacológica, física, psicológica e comportamental.

A atividade física tem papel fundamental no controle da fibromialgia! O objetivo é o alívio dos sintomas e o autogerenciamento da dor e não a cura.

Qualidade de vida na Fibromialgia

A pesar de tomarem tempo os esforços educativos validam os sintomas, informam em relação à natureza da fibromialgia e ao papel do estresse, diminuem o temor quanto ao resultado, promovem autogerenciamento da doença e propiciam uma justificativa para o tratamento.

A orientação deve ser iniciada o mais cedo possível (primeira consulta), enfatizando que é essencial um papel ativo por parte do paciente no plano de tratamento.

É importante considerar os efeitos do estresse e se aconselha que o paciente siga condutas para reduzir os fatores estressantes atuais.

O incentivo ao autogerenciamento da doença é muito importante do ponto de vista do tratamento e para a própria independência do paciente.